segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Laelia purpurata Lindly & Paxton


1.Contextualização da Espécie

Esta espécie é nativa do Estado de São Paulo, Santa CAtarina e Rio Grande do Sul apresentando-se com maior frequência em Santa Catariana e no Rio Grand edo Sul numa estreita faixa de mata atlântica limitada em praticamente toda sua extensão pela Serra do Mar.
Em seu habitat rico em epífitas (como bromélia), lianas, pteridófitas e musgos (floresta perenifília hidrofila costeira), a laelia purpurata é encontrada com hábitos epífitos (sob árvores de médio e grande porte) e rúpiculas (sob rochas) até 250 metros.

Laelia purpurata tipo
Laelia purpurata tipo

Laelia purpurata em habiat ( in situ )

Laelia purpurata tipo

Vista da área da Mata Atlântica - Habitat  da Laelia Purpurata


Sua descoberta para a ciência aconteceu em 1846 por François Devos no litoral da então Província Imperial de Santa Catarina (Ilha de Santa Catarina).
Deste a sua descoberta, grandes foram as quantidades de plantas coletadas na Ilha de Santa Catarina e despachadas para as firmas M. Verschaffelt (1847), em Ghent, na Bélgica, bem como para o Mijnheer Brys (1850), de Bornhem, junto a Antuérpia, e dessas espalhadas por inúmeras coleções de orquídeas existentes na Europa continental e na Inglaterra.
A Laelia Purpurata floriu pela primeira vez, fora do seu habitat natural em 1852, nas Estufas da firma James Backhouse and Sons em York, na Inglaterra. Naquele mesmo ano, no mês de junho foi exibida à Royal Horticulture Society em Londres, proporcionando desta maneira o seu Estudo, Descrição e Classificação pelo famoso botânico John Lindley. O exemplar observado por ele e que o orientou na classificação e descrição foi uma Laelia Purpurata com sépalas e pétalas quase brancas.
A Publicação destes estudos e principalmente a descrição da Laelia Purpurata, foi realizada pelo Jardineiro e Arquiteto Joseph Paxon, na obra Paxton´s Flower Garden 3: 111-112, tab. 96, no ano 1852.


Joseph Paxon (1803 - 1865).

Estufa - com armação de ferro coberto com vidro.

Uma outra planta floriu também no ano de 1852 e foi classificada de forma errônea por Ch. Lemaire, como sendo uma Cattleya Brysiana. Esta planta era um exemplar de sépalas e pétalas róseas, fato esse que causou inicialmente uma certa confusão. A Planta descrita por Ch. Lemaire, figura hoje como uma variedade da Laelia Purpurata.
Em 1859, um outro exemplar foi classificado por H. G. Reichenbach fil., como sendo Laelia Casperiana.  Alfred Cogniaux reclassificou-a como sinônimo da Laelia Purpurata tipo.
Por muitos anos a Laelia Wyattiana, classificada em 1883 por H. G. Reichenbach fil., foi considerada como um sinônimo da Laelia Purpurata, hoje essa espécie é classificada como híbrido natural da Laelia Crispa e da Laelia Lobata.

Laelia Lobata

Laelia crispa

Laelia cripa tipo

Laelia lobata
2. Espécies arbóreas mais comum como hospedeiras das L. purpuratas (epífitas)

Palmeira butiazeiro (Butia eriosphata)


Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Género: Butia
Nome Popular: Butiá
Nome Científico: Butia eriospatha (Mart. Ex Drude) Becc.
Família Botânica: Arecaceae
Sinônimo: Cocos eriospatha Mart. Ex Drude, Syagrus eriopatha (Mart. Ex Drude) Glassm.


Características Gerais: Palmeira nativa da América do Sul, também conhecida por MACUMÁ e que ocorre nas matas e campos das regiões altas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.O nome de butiá-felpudo é devido à espessa lanugem acastanhada na parte externa da espata. Sua altura varia de 4 a 6 m e seu diâmetro (DAP) de 20 a 40 cm, caracterizando-se pelo estipe revestido de bainhas e pecíolos velhos na região abaixo da coroa de folhas.Suas folhas pinadas, com coloração azul-esverdeada, podem chegar a 2 m de comprimento, com um pecíolo geralmente recoberto, na base, por delicados espinhos.É uma planta monóica. A inflorescência interfoliar, de 1 m de comprimento, é densamente ramificada, possuindo uma espata de até 12 m de comprimento, acanoada e ereta. A floração amarela ocorre de setembro a janeiro. Os frutos, pequenos, globosos e amarelos, amadurecem no verão e são consumidos ao natural ou sua polpa é usada na produção de licor e vinho.

Butia eriospatha
Fruto da Buita

O termo butiá é a designação comum às palmeiras do gênero Butia, com nove espécies conhecidas, nativas da América do Sul. Possuem em geral estipe médio, com cicatriz de pecíolos antigos, longas folhas penatífidas us. em obras trançadas, e pequenas drupas comestíveis, com semente oleaginosa.
O termo butiá pode remeter ainda, mais especificamente, à Butia capitata, uma palmeira de até 7 m, nativa do Paraguai, Brasil (de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul), Argentina e Uruguai, cujo estipe é utilizado no fabrico de papel. De seus frutos, alaranjados, se faz geléia, licor, cachaça e vinagre, e das sementes, comestíveis, se extrai óleo. Também é conhecida pelos nomes de butiá-açu, butiá-azedo, butiá-branco, butiá-da-praia, butiá-de-vinagre, butiá-do-campo, butiá-miúdo, butiá-roxo, butiazeiro, cabeçudo, coqueiro-azedo, guariroba-do-campo e palma-petiza. No estado do Rio Grande do Sul esta palmeira também é conhecida como jerivá.



Tarumã (Cytharexyllum myrianthum)



Familia: Verbenaceae
Nome Científico: Cytharexyllum myrianthum Chamiáo
Nomes Comuns: tucaneiro, pau de viola, tucaneira, jacareúba, baga de tucano, pombeiro, tarumã, tarumã branco, pau viola.
Crescimento: árvore
Grupo Ecológico: oportunista
Ocorrência: floresta estacional semidecídua , flor. ombrófila densa , mata ciliar , etc.
Distribuição Geográfica: BA ES MG PR RJ RS SC SP
Dispersão: zoocoria
Polinização: fanelofilia
Floração: OUT NOV DEZ
Frutificação: JAN FEV MAR ABR


Cytharexyllum myrianthum.

Açoita-cavalo (Luhea divaricata)



De acordo com o sistema de classificação baseado no The Angiosperm Phylogeny Group (APG) II, a posição taxonômica de Luehea divaricata obedece à seguinte hierarquia:
Divisão: Angiospermae
Clado: Eurosídeas II
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Gênero: Luehea
Espécie: Luehea divaricata Martius & Zucarini
Publicação: Nov. Gen. Sp. Pl. 1: 101, tab. 63, 1824.
Sinonímia botânica: Thespesia brasiliensis Sprengel. (1826); Brotera mediterranea Vell. (1827); Alegria divaricata (Martius) Stuntz. (1914).


Acoita-cavalo (tronco, folha, fruto e semente).


Nomes vulgares por Unidades da Federação: na Bahia, estriveira e ivitinga; em Goiás, açoita-cavalo; em Minas Gerais, açoita-cavalo e ivatingui; no Paraná, açoita-cavalo, açoite-cavalo, salta-cavalo e soita-cavalo; no Rio Grande do Sul, açoita-cavalo, açoitacavalo-vermelho; no Estado do Rio de Janeiro, açoite-cavalo e saco-de-gambá; em Santa Catarina, açoita-cavalo, açoita-cavalos e pau-de-canga e no Estado de São Paulo: açoita-cavalo, açoita-cavalo-do-miúdo, açoita-cavalos, açoita-cavalos-branco, açoite-cavalo, estriveira, ibitinga, ivantingui, salta-cavalo e vatinga.


3. Clima do Habitat das Laelia Purpuratas

O clima da região dos habitats são sujeitos a bruscas mudanças durante o ano todo sem uma estação seca definida e é subquente, superúmido, com temperaturas variando entre a mínima de 7ºC e a máxima de 33ºC, média anual em torno de 22ºC.
A altura média da precipitação anual varia de 1200 mm a 2000 mm. Na faixa litorânea de Santa Catariana e São Paulo, o máximo pluviométrico ocorre geralmente no verão e o seu trimestre mais chuvoso é de janeiro à março, enquanto o mínimo incide, na maioria das vezes, no inverno e outono.
Pode-se resumo o clima dessas regiões como sendo subtropical onde na região sul do estado de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; caracteriza-se por verões quentes e úmidos e invernos frios e secos. Chove muito nos meses de novembro à março. O índice pluviométrico anual é de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas médias ficam em torno de 20º C. Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida.

Clima do Brasil.

A Laelia purpurata é uma espécie de floração primaveril e muito regrada, de modo que dificilmente florece fora de época. Os meses de floração geralmente vão desde novembro até dezembro, mas em função de sua localização na natureza floresce no início de novembro (Estado de São Paulo), em meados e fim de novembro (Santa Catarina) e em dezembro (Rio Grande do Sul).


4. Característica da Espécie.

A zona de ocorrência desta espécie fica no máximo 20 km da praia, mas surgiu um núcleo a uma distância de cerca de 75 km da beira-mar, no distrito de Lomba Grande, pertencente a Novo Hamburgo, RS. Neste local foram encontradas plantas famosas, como L. purpurata russeliana delicata, L. purpurata sanguinea 'Mentz' e L. purpurata flamea 'Kassel', afirma o orquidófilo Manfredo Hübner, de Garopaba, SC.
A Laelia purpurata possui pseudobulbo robusto, alongado em forma de fuso e um pouco comprimido, além de contar com a parte inferior fortemente articulada apresentando folhas grandes, medindo de 25 a 45 cm de comprimento, eretas, rígidas, estreitas (com 4 a 9 cm de largura), levemente côncavas e um pouco coriáceas. Na face superior são lisas e intensamente verdes.
Suas vistosas flores apresentam um diâmetro entre 15 cm à 20 cm e são sustentadas por um robusto pedúnculo que pode exibir de duas a sete flores.

Porte Vegetativo da Laelia Purpurata
Fonte:  http://cynthiablanco.blogspot.com.br/2011/09/comprei-na-exposicao-do-jardim-botanico.html 


5. Variedades da Espécie

-Semi-alba (pétalas branco puro)


Laelia Purpurata semi-alba 'Carmencita'


- Virginalis (flores totalmente brancas, leve amarelado no labelo)

Laelia purpurata v. virginalis

-Alba (flores brancas, labelo com veios de colorido róseo claro)
Laelia purpurata alba

- Albescens (leve sopro róseo nas pétalas e sépalas)

Laelia purpurata albescens

-Anelata ( anel na entrada do labelo)


Laelia purpurata v. Anelata


-Argolão (anel mais grosso que na anellata)

Laelia purpurata argolão

-Atropurpurea (labelo interna e externamente purpúreo)

L. purpurata antropurpurea

-Carnea (colorido róseo carneo no labelo)


Laelia purpurata v. carnea.


-Flamea (pétalas com colorido vermelho purpúreo, variando de  intensidade)


Laelia purpurata flamea



-Mandayana (toda a flor tingida de rosa pálido com o labelo tingido de um colorido mais pronunciado, como se fosse na margem)

Laelia purpurata Mandayana

-Marginata (sépalas e pétalas brancas, labelo contornado por margem bem definida)

Laelia purpurata marginata

-Oculata (flores brancas, labelo exibindo duas manchas ovaladas vermelho purpúreo, semelhança de olhos)

Laelia purpurata oculata

-Roxo bispo (roxo igual ao usado pelos bispos da igreja Católica)

Laelia purpurata roxo bispo


-Roxo violeta (também conhecido por aço)

Laelia purpurata roxo-violeta do Crente

Laelia purpurata roxo violeta

-Rubra (flores de pétalas e sépalas róseo intenso entre a flamea e a sanguinea)


Laelia purpurata rubra 'caturama'

-Russeliana ( colorido róseo parelho em toda a flor)

laelia purpurata russeliana'gracicata'




Laelia purpurata sanguinea

-Schusteriana (descrição de planta única, floriu na coleção de Miguel Schuster, SP)

Laelia purpurata schsteriana

-Striata (flores com pétalas exibindo estrias longitudinais vermelhas)

laelia purpurata Striata 'rubi'

-Werkhauserii (flores brancas e labelo tingido de uma tonalidade azul acinzentada escura)

Laelia purpurata Werkhauserii



6. Cultivo

Para muda dessa espécie indica-se alternar fertilizante para crescimento, por exemplo, NPK 30-10-10 e de manutenção, como NPK 20-20-20. Nos adultos, é melhor apostar no de manutenção intercalado ao de floração, como NPK 10-30-10. Em ambos os casos fazendo a aplicação quinzenal.
Deve-se procurar proporcionar as mesmas condições no ambiente doméstico, usando-se sombrite de 50 a 70%, dependendo da região, e mantendo a circulação de ar adequada e com distanciamento entre os vasos. Em períodos de escassez de chuva, recomenda-se molhar o chão do orquidário diariamente para elevar a umidade. Leite afirma que a rega pode ser feita em dias intercalados e, durante o Verão, indica borrifar água na planta para baixar a temperatura.

Em construção!!!

Fonte:
Perfil de Plantas - Laelia Purpurats
Carlos Gomes - Varidades de L. purpuratas
O Habitat da Laelia Purpurata - Livro

4 comentários:

  1. Bela postagem ! Muito boa disposição, dá alegria ver ! Continue firme que vc se comunica muito bem. Existem estranhos registros de purpuratas vegetando mais para o interior do RS.Também são/eram encontradas a até os 200 m.s.m de altitude, esporadicamente,nas matas catarinenses. Em SP a espécie não apresentava populações similares as de SC e RS. De Piçarras até Peruíbe desaparece, pulando este trecho do litoral. Abç

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  2. A carmencita é de apaixonar - não conhecia !

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  3. Obrigado pelo comentário, mas por dúvida, existe algum estudo que fala sobre o motivo de "pular" na região do Paraná ???
    Obrigado pelas informações. Há aproveito aqui para dizer que gostei muito da postagem sobre a Laelia Crispa e a Laelia lobata no seu blog, parabéns!!!
    Quanto a Carmencita e linda e muito grande, além de super perfumada!!!

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  4. Também gostei da postagem. Belas fotos e originais. Acrescentou em meus estudos. Obrigado, Silvio

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